Pergunte o que é yoga para um representante da cultura ocidental e
provavelmente ouvirá relatos de uma poderosa ginástica postural e
métodos fantásticos de relaxamento mental. Esses aspectos, uma parcela
da prática yogui, representam em grande parte o nosso entendimento sobre
o tema. Adaptamos o yoga ao nosso ritmo de vida que exige resultados
práticos e concretos em pouco tempo. Porém, originalmente o yoga tinha
outro objetivo, obter a experiência subjetiva de um poderoso estado
alterado de consciência - o samaddhi.
Tal fenômeno representa a
experiência mais épica que uma consciência humana pode atingir em vida: o
conhecimento absoluto da realidade. Evidentemente, não é facilmente
atingido, necessitando de disciplina e dedicação prolongada. O texto
clássico do yoga, conhecido como yoga sutra, pontua explicitamente que
durante a evolução yogui rumo ao samaddhi, certos indicadores começam a
se manifestar, fantásticas capacidades de controle do mundo através da
mente. Esses fenômenos, conhecidos como siddhis, embora contrariem nossa
visão usual sobre as possibilidades humanas, são consequências naturais
da maior compreensão da natureza da matéria e da consciência. Na visão
yogui, os siddhis representam capacidades extraordinárias humanas e não
devem ser confundidos com milagres ou eventos sobrenaturais.
A
pergunta que Dean Radin, o autor do livro Supernormal busca responder é:
o que os últimos cinco séculos de avanços científicos podem afirmar
sobre a legitimidade dos siddhis? Para isso apresenta resultados
científicos do ramo da parapsicologia, a ciência que estuda os fenômenos
psíquicos (psi). As experiências executadas dentro do protocolo
científico padrão são classificadas nas seguintes categorias: telepatia,
clarividência, precognição e psicocinese.
Os resultados deixam
qualquer um, céticos ou não, de boca aberta: a análise estatística do
corpo de experimentos feitos ao longo de décadas demonstra a existência
irrefutável dos fenômenos psi das quatro categorias citadas. Conclui-se
que os sábios da antiguidade não estavam apenas alucinando contos de
fadas.
O autor discute o preconceito em relação ao tópico, afinal
como é possível que mesmo com resultados tão evidentes a existência dos
fenômenos psi ainda seja refutada pela grande maioria dos acadêmicos? A
chave para entender o ceticismo é a compreensão de que certas idéias
filosóficas que orientam a visão atual científica, como o materialismo,
não são verdades empíricas. Existem outras possibilidades metafísicas
que funcionam igualmente bem para descrever o mundo e além disso abrem a
possibilidade para uma gama de fenômenos compatíveis com psi e os
siddhis. Essa nova visão da realidade oferece um papel mais fundamental
para a consciência, com grandes e importantes implicações culturais já
que legitima a experiência subjetiva.
Dean Radin nos avisa que
uma mudança de paradigma está a caminho, um excitante momento de
transformação de visão de mundo e que ao oposto de distante, já está
acontecendo.
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