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Supernormal: Provas de Habilidades extraordinárias

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Entrevista com Dr. Dean Radin, o cientista-chefe na íons (Instituto de Ciências Noetic). Esta entrevista é uma exploração pessoal do que o inspirou a escrever seu livro Supernormal. Este livro é um fascinante olhar para o que somos capazes como seres humanos quando colocamos nossa mente e atenção ao dominar as habilidades da mente e do corpo, para além do que muitos possam pensar ser possíveil.



O futuro da pesquisa da consciência

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Video falando sobre pesquisas da consciencia onde Dean Radin fala um pouco sobre o futuro da mesma!

Essa tal Física Quântica

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A palavra “quântica/o” atualmente possui várias funções, desde estratégia de marketing para aumentar a venda de produtos assim rotulados, passando por cartada final em acaloradas discussões sobre qualquer coisa “estranha”, sinônimo de “fenômeno da consciência” e finalmente representar um corpo de conhecimento científico sobre o funcionamento dos átomos e das “coisas” que os compõem.

É interessante notar o quão diferente são as visões do público em geral e das pessoas que trabalham diariamente com a realidade quântica. Nesse texto farei alguns comentários sobre a visão dos físicos, do público e vou tentar encaminhar um acordo entre ambas as partes. Será possível?

Cientistas, o que é essa tal Física Quântica? 

Para os cientistas, o domínio da Física Quântica trata das coisas muito pequenas que empilhadas compõem as coisas grandes - as coisas que experienciamos através dos nossos sentidos, que por sua vez se manifestam em nossas mentes. Acontece que as coisas pequenas, seguem outras leis e se comportam de forma completamente diferente dos objetos que experimentamos em nosso cotidiano. Chamamos de teoria quântica o conjunto de leis matemáticas que descrevem o (mal) comportamento das pequenas coisas materiais.

O próximo ponto a ser esclarecido é que há uma parte da Física Quântica que os cientistas entendem e outra que não. A parte que entendemos compreende os fatos quânticos - os dados empíricos, as coisas que a natureza nos revela - e a teoria quântica - o formalismo matemático que descreve os fatos quânticos. Medindo as respostas que a natureza apresenta às nossas perguntas e manipulando os símbolos matemáticos através do nosso aparato racional, é possível criar fantásticas tecnologias como o laser, o transistor (que está nos processadores dos microcomputadores) e aparelhos de física médica.

A princípio, poderíamos ficar por aqui com o que entendemos e com o desenvolvimento das tecnologias materiais. Já está bom, não? Acontece que somos impossivelmente curiosos e invariavelmente nos perguntaremos: o que tudo isso significa, o que os fatos quânticos nos ensinam sobre a realidade que nos abraça? O que tudo isso implica para mim que faço parte disso tudo? Essa é a metafísica, a parte que ainda não entendemos.

Ao tentarmos traduzir a matemática e os fatos quânticos para a linguagem humana, criamos uma interpretação. O ponto é que atualmente existem diferentes interpretações que são incompatíveis entre si e ainda sim todas são compatíveis com os fatos quânticos! Em outras palavras, não há consenso entre os físicos sobre o que é a realidade quântica. Ainda não conseguimos construir uma imagem mental definitiva sobre o que está realmente acontecendo “lá embaixo”.

Uma novidade que a teoria quântica traz em relação às teorias clássicas é a existência de um processo de observação. Tentando traduzir a matemática, funciona mais ou menos assim: enquanto livres, descrevemos as entidades quânticas como (segure-se para não cair da cadeira) fazendo tudo que lhes é possível ao mesmo tempo. Sim, estando em todas as posições, dizendo sim E não ao mesmo tempo. Mas isso é muito estranho e nos esforçamos para tentar assistir esta bizarrice de camarote. Porém, quando interferimos com o sistema quântico, quando fazemos uma observação, algo curioso acontece. As entidades quânticas quando averiguadas sobre o que estão fazendo em um certo momento passam a se comportar de forma clássica. Estão em apenas um lugar, fazendo apenas uma coisa. Ao serem observadas, o comportamento das entidades quânticas é alterado de maneira abrupta! Mas o que exatamente caracteriza uma observação? O que, ou quem é o responsável?

Uma vertente de interpretação que foi discutida no início do século XX é a de que a física quântica representa o fantástico momento histórico em que aprendemos que não é possível descrever o universo de fora sem fazer referência à experiência interna. Ou seja, de alguma forma a consciência deve entrar nas equações da física para uma descrição completa da realidade. O observador somos nós! Essa visão que foi defendida por físicos como John Von Neumann e Eugene Wigner (e mais recentemente por Bernard d'Espagnat , Evan Harris Walker , Henry Stapp), ficou conhecida como interpretação subjetivista.
Com o desenrolar da segunda guerra mundial, os governos perceberam a importância das tecnologias desenvolvidas pelos físicos: radar, bomba atômica, etc. Para formar o maior número no menor tempo possível, todas as questões metafísicas foram excluídas do processo de formação dos físicos (recomendo o livro “How the hippies saved physics” do historiador da ciência do MIT, David Kaiser). Como resultado do processo de pragmatização do conhecimento natural, as interpretações subjetivistas saíram de moda, dando lugar a outras visões de cunho estritamente material. Atualmente prefere-se acreditar na existência de infinitas realidades paralelas do que introduzir na física o desconfortável ingrediente subjetivo.

Pessoal, o que é essa tal Física Quântica? 

Talvez você já presenciou essa cena. Estamos em uma mesa de bar, papo animado rolando e lá pelas tantas alguém começa a relatar algo estranho que jura que aconteceu certa vez. O clima vai esquentando e quando a coisa fica complicada e ninguém entende mais nada, quando os alicerces da realidade que nos sustentam estão prestes a colapsar, alguém tira da manga a cartada mágica que encerra a discussão e curiosamente tranquiliza os corações aflitos: “tudo é muito quântico”.

De acordo com a visão popular, física quântica serve entre outras coisas para: provar cientificamente a existência da alma, comprovar a eficácia de terapias alternativas (como por exemplo acupuntura, homeopatia, constelações familiares, reiki, etc) e consagrar o poder do pensamento positivo. É nítido que a visão popular do termo “quântico” está mais associada a questão da consciência do que a da matéria. Entendo que quando se fala de “saúde quântica”, na verdade está se questionando o papel da consciência na construção da realidade. Porém, a relação entre quântico e consciência não é óbvia como usualmente propagado, muito pelo contrário é tema de alta controvérsia.

Muitos abusos tem sido cometidos através da associação dos fatos quânticos à crenças individuais ou coletivas de cunho religioso (eventualmente de cunho comercial). Confunde-se o “é possível” com o “cientificamente comprovado”. Embora existam várias interpretações diferentes da física quântica, é comum nesse contexto apegar-se a uma particular e simplesmente ignorar as outras. Acredito que para aventurar-se no território da filosofia quântica, é necessário lidar com as incertezas, avaliar as possibilidades e ter a dúvida como a sua melhor aliada. Algo como “não entendemos, mas pode ser assim ou assado. Posso até me identificar mais com a opção x, mas mesmo assim sempre sobra uma interrogação no final da frase. Que mistério fascinante!”.

Os cientistas em geral assistem as reinvindicações populares de cabelos em pé. Na sua visão, a teoria quântica que foi construída com duro trabalho, suor e lágrimas, serve para dialogar com as coisas materiais muito pequenas. Por sua vez, embora ainda não entendam o porquê, quando muitas coisas pequenas são empilhadas, a física deixa de ser quântica e torna-se clássica.

Os cientistas questionam-se: “como podem extrapolar a teoria quântica para o domínio do muito grande e portador de mente (nós mesmos)? Não faz sentido, estão tentando usar um martelo para serrar”. Em geral, entende-se que há um problema básico de compreensão e as portas do templo são fechadas para os que não estão preparados para manipular as ferramentas intelectuais – “na verdade é mais complicado, mas deixem que estamos cuidando disso”.

O público, por sua vez, visualiza o templo científico e pensa “são muito inteligentes, mas não estão sentindo a realidade como nós. Estão fechados em suas mentes. Nós precisamos de explicações para o que estamos experimentando. Existe algo a mais”.

Da forma como as coisas estão atualmente, esse texto acabaria aqui com a triste conclusão do distanciamento entre a visão científica e do público em geral. Porém, venho propor uma alternativa.

Uma possível conciliação?

Para fazer as pazes entre ambos os lados, é necessário buscar uma explicação que conecte o micro e o macro, o objetivo e o subjetivo (ou de forma oposta, buscar a explicação do porquê isso não é possível). Por mais difícil que pareça, por mais longe que podemos estar desse objetivo, visualizamos algumas possibilidades. Temos algumas sugestões sobre onde essa trilha pode começar e todas, invariavelmente pedem que encaremos de frente a questão da consciência.

Para os físicos, a introdução da consciência nas equações é desconfortável. Embora seja a nossa experiência mais direta, é o fenômeno mais misterioso de todos. Mal sabemos por onde começar já que não temos teorias satisfatórias que expliquem o que é e como funciona. Não se confunda, consciência está correlacionada com processos cerebrais, mas é bem possível que não se reduza aos mesmos. As sensações de cor, sabor e unidade do Eu estão longe de ser explicadas por impulsos elétricos e processos neuroquímicos. Como se forma esse rico universo de experiências internas partindo de propriedades materiais como posição, velocidade e carga elétrica?

Atualmente, vejo pelo menos duas possibilidades de conciliação, que vou chamar de cérebro quântico e pampsiquismo. Ambas sugerem que o que chamamos de quântico não se restringe ao muito pequeno. Na verdade constitui a nossa experiência mais direta. Conforme as percepções populares, consciência e mente estariam relacionadas com algo de natureza quântica. Nesses casos, poderíamos sim aprender algo sobre nós ao explorar o micro mundo.

De acordo com a visão do cérebro quântico, a consciência humana resultaria de processos quânticos operando em micro estruturas atômicas cerebrais. Atualmente há uma teoria do anestesista Stuart Hameroff e do físico Roger Penrose que defende essa hipótese. Essa visão tem sido fortalecida pelo avanço da surpreendente área da biologia quântica, que cada vez mais revela processos quânticos operando em nível biológico (os cientistas inicialmente imaginavam que isso seria impossível, dados os níveis usuais de temperatura e pressão dos organismos vivos. Os processos biológicos deveriam ser explicados apenas pela física clássica).

Para a outra possibilidade, segure-se novamente para não cair da cadeira. O que ela propõe é que (respire fundo e vamos lá) a mente é uma propriedade tão fundamental quanto a matéria. Na visão pampsiquista, tudo que existe tem um lado de fora e de dentro, não é possível separar as duas coisas. Mente e matéria são fundamentais e irredutíveis. O que essa visão propõe é que as células que lhe compõem possuem algum tipo de experiência interna. Não que sejam inteligentes, que tenham um Eu, ou que compartilhem emoções nos moldes do que conhecemos. Talvez a experiência subjetiva de ser uma célula seja uma algo tão alienígena que simplesmente não podemos imaginar. Da mesma forma, os átomos que compõem as células também seriam portadores de experiências internas. A consciência humana seria o produto combinado das diversas proto-mentes que nos compõem. Essa ideia tem sido defendida por filósofos como David Chalmers, Thomas Nagel, o físico Nick Herbert, entre outros pesquisadores.

Aprofundando a visão pampsiquista, a “bizarrice quântica” poderia ser fruto de uma interpretação errônea – estaríamos associando propriedades ondulatórias com matéria, sendo que na verdade o ondulatório refere-se à mente. De acordo com essa visão, a aleatoriedade quântica  seria um reflexo de nossa ignorância sobre o espaço interno das proto-mentes descritas e a questão da observação passaria a ser vista como a cristalização ou a implementação material de possibilidades mentais. Além disso, a visão pampsiquista propõe um retorno ao programa pré-guerra da interpretação subjetivista, considerando que a consciência possui um papel fundamental na física, mas propõe uma nova rota ao sugerir que a consciência não constitui uma exclusividade humana.

A possibilidade pampsiquista flui contra o consenso científico atual de que apenas a matéria é fundamental - visão conhecida como monismo materialista, em que tudo que existe deve se reduzir em nível fundamental a explicações físicas e químicas. Tudo, incluindo nossas experiências internas. Consciência seria um processo emergente da complexidade cerebral. Acontece que o materialismo não é um fato empírico. Não é a natureza que nos revela isso. É um ponto de partida, uma premissa metafísica.

Retornando a questão das diferentes visões entre público “leigo” e cientistas, minha opinião é que o fato de o público em geral não estar apegado a crenças metafísicas materialistas e por não ter a necessidade de se limitar a modelos teóricos, está mais aberto para experimentar de uma forma mais ampla, intensa e livre a realidade. Assim, embora grande parte do que é relatado pode simplesmente estar relacionado a processos de distorção cognitiva e auto engano com a finalidade da sustentação de crenças, uma parcela significativa dos relatos  pode apontar para verdades profundas sobre a natureza da consciência.

É possível que o publico “leigo” não esteja simplesmente equivocado, que por exemplo, suas experiências com terapias alternativas e resultados positivos sejam legítimos. É possível que os padrões encontrados nas experiências subjetivas relatadas por místicos, xamãs e exploradores da consciência de todos os tempos (tema da filosofia perene) possam constituir dados confiáveis sobre a natureza da realidade. É possível que fenômenos psi (telepatia, clarividência, precognição e psicocinese), relatados por grande parte das culturas ditas “primitivas” sejam indícios favoráveis a outras relações fundamentais entre mente e matéria. É possível que a consciência tenha um papel maior na construção da realidade por ser algo mais fundamental do que normalmente imaginamos.

Tudo isso é possível, mas controverso. Resta um grande trabalho a ser feito. Entendo a Ciência como um empreendimento que não deve ser limitado por crenças pessoais ou convenções sociais e até o momento presente, desconheço argumentos razoáveis que excluam essas questões do domínio de exploração científica. Caberá às novas gerações de cientistas enfrentar o atual preconceito acadêmico em relação a esses temas e implementar um novo modo multidisciplinar de fazer ciência que busque integrar o conhecimento obtido do mundo de fora com o conhecimento obtido por vias subjetivas. Nesse processo de uma ciência integral, será importante a escuta e uma troca mais saudável e respeitosa entre cientistas e o público. É possível que ambas as partes estejam vislumbrando a mesma realidade, porém de ângulos diferentes.
http://gabrielguerrer.com/post/112700665377/essatalfq

Supernormal - Dean Radin

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Pergunte o que é yoga para um representante da cultura ocidental e provavelmente ouvirá relatos de uma poderosa ginástica postural e métodos fantásticos de relaxamento mental. Esses aspectos, uma parcela da prática yogui, representam em grande parte o nosso entendimento sobre o tema. Adaptamos o yoga ao nosso ritmo de vida que exige resultados práticos e concretos em pouco tempo. Porém, originalmente o yoga tinha outro objetivo, obter a experiência subjetiva de um poderoso estado alterado de consciência - o samaddhi.

Tal fenômeno representa a experiência mais épica que uma consciência humana pode atingir em vida: o conhecimento absoluto da realidade. Evidentemente, não é facilmente atingido, necessitando de disciplina e dedicação prolongada. O texto clássico do yoga, conhecido como yoga sutra, pontua explicitamente que durante a evolução yogui rumo ao samaddhi, certos indicadores começam a se manifestar, fantásticas capacidades de controle do mundo através da mente. Esses fenômenos, conhecidos como siddhis, embora contrariem nossa visão usual sobre as possibilidades humanas, são consequências naturais da maior compreensão da natureza da matéria e da consciência. Na visão yogui, os siddhis representam capacidades extraordinárias humanas e não devem ser confundidos com milagres ou eventos sobrenaturais.
A pergunta que Dean Radin, o autor do livro Supernormal busca responder é: o que os últimos cinco séculos de avanços científicos podem afirmar sobre a legitimidade dos siddhis? Para isso apresenta resultados científicos do ramo da parapsicologia, a ciência que estuda os fenômenos psíquicos (psi). As experiências executadas dentro do protocolo científico padrão são classificadas nas seguintes categorias: telepatia, clarividência, precognição e psicocinese.

Os resultados deixam qualquer um, céticos ou não, de boca aberta: a análise estatística do corpo de experimentos feitos ao longo de décadas demonstra a existência irrefutável dos fenômenos psi das quatro categorias citadas. Conclui-se que os sábios da antiguidade não estavam apenas alucinando contos de fadas.
O autor discute o preconceito em relação ao tópico, afinal como é possível que mesmo com resultados tão evidentes a existência dos fenômenos psi ainda seja refutada pela grande maioria dos acadêmicos? A chave para entender o ceticismo é a compreensão de que certas idéias filosóficas que orientam a visão atual científica, como o materialismo, não são verdades empíricas. Existem outras possibilidades metafísicas que funcionam igualmente bem para descrever o mundo e além disso abrem a possibilidade para uma gama de fenômenos compatíveis com psi e os siddhis. Essa nova visão da realidade oferece um papel mais fundamental para a consciência, com grandes e importantes implicações culturais já que legitima a experiência subjetiva. 

Dean Radin nos avisa que uma mudança de paradigma está a caminho, um excitante momento de transformação de visão de mundo e que ao oposto de distante, já está acontecendo.

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Telepatia, consciência global e como nós, seres humanos estamos conectados!

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Ministrado por Michael Persinger que é professor pesquisador da neurociência e da universidade cognitiva. Ele estuda as funções cerebrais, sub-consciência, visão remota, campo de informação e possibilidades de telepatia. Ele acredita que os seres humanos compartilham conexão emocional através de grandes distâncias - baseado em um experimento de 100 macacos.

A visão remota - A compreensão científica do fenômeno de visão remota avançou fortemente nos últimos anos, e, como resultado do processo de visualização remota pode agora ser confiavelmente demonstrado em laboratório e definições operacionais. Há uma série de estilos de procedimentos de visão remota que são popularmente praticados, tais como a visualização científica remoto (SRV), visão remota controlada (CRV)...



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Os cientistas que tentam entender os sonhos premonitórios

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Todos os dias, pobres trabalhadores do mundo se vêem presos em conversas sobre os sonhos "super realistas" ou "totalmente premonitórios" de seus colegas de trabalho. Embora ouvir os sonhos dos outros seja entediante, grande parte de nós se interessa pela ideia de que os conteúdos oníricos podem predizer o futuro.

O conceito de sonho precognitivo — fatos inéditos que se tornam realidade — vai contra nossa noção mais básica de tempo e relatividade. Se o tempo é linear e, vamos lá, se aprendemos e sentimos por meio da experiência, os sonhos premonitórios são impossíveis.

Mas será mesmo que é realmente impossível sonhar com o futuro?

Para descobrir a resposta, entrei em contato com Dr. Stanley Krippner, professor de psicologia da Universidade Saybrook, nos Estados Unidos. Ele estuda há 40 anos os campos da parapsicologia, dos sonhos precognitivos e do xamanismo. Entre seus temas de pesquisa se inclui a banda Grateful Dead. Ele acredita que, sim, humanos são capazes de ter sonhos premonitórios. Sua pesquisa, afirma, dá base para tal afirmação.

Durante nossa entrevista, Krippner citou um dos seus mais importantes estudos sobre sonhos precognitivos. Nele, um voluntário se sujeitava a uma noite comum de sono, mas com uma pequena diferença: seu objetivo era sonhar com algo que aconteceria na manhã seguinte. O voluntário era então acordado quatro ou cinco vezes ao longo da noite para descrever seus sonhos para um dos pesquisadores.

No dia a seguir, os pesquisadores escolhiam aleatoriamente uma atividade em meio a uma série de opções pré-planejadas. Em seguida, o voluntário era submetido à ela. Krippner diz que não havia nenhuma possibilidade dos participantes saberem qual seria a atividade antes que ela fosse escolhida e administrada.
Krippner cita o exemplo de um participante que sonhou, certa noite, com pássaros: pássaros no ar, pássaros numa lagoa, pássaros voando, pássaros de todos os jeitos. Na manhã seguinte, o participante foi submetido a uma das atividades escolhidas aleatoriamente. “A atividade consistia em ouvir alguns sons com um fone de ouvido", disse o professor. “E qual era o som? Cantos de pássaros. A segunda parte da atividade era assistir a um vídeo. E o que havia nesse vídeo? Fotos de pássaros."

Ao final das oito noites, um júri imparcial comparou os sonhos dos voluntários com as atividades que foram submetidos. A ideia era determinar se os sonhos correspondiam ou não à atividade prescrita na manhã seguinte. Krippner afirma que, para cada participante, o júri encontrou pelo menos uma correspondência entre sonho e atividade subsequente em quase todas as noites do teste.

"Se estivéssemos falando sobre qualquer outro fenômeno, todos concordariam que essa correlação tem fundamento", disse Dr. Patrick McNamara, professor associado do departamento de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston e professor de psicologia da Universidade Northcentral. “Mas posto que não existe nenhuma explicação física por trás dos resultados desses estudos, os cientistas ainda dizem 'bem, nós não temos uma explicação para isso, portanto não confiamos nos resultados desses testes'".

O ceticismo é tão forte no campo dos sonhos precognitivos que Krippner chamou ilusionistas para inspecionar seu laboratório e método de estudo, a fim de checar se havia alguma possibilidade de fraude ou manipulação da pesquisa.

Se aceitássemos — hipoteticamente, é claro — que os sonhos precognitivos de fato existem, qual seria a explicação por trás deles? A resposta mais simples é: ninguém sabe.

“Eventos quânticos acontecem em uma escala de tempo diferente da qual a maior parte da população do Ocidente conhece"

O que sabemos é que nosso inconsciente é capaz de alcançar grandes revelações durante o sono REM. No começo do século passado, Sigmund Freud afirmou que damos mais valor ao que acontece em nossos sonhos porque nossos pensamentos inconscientes são aparentemente imunes à influência externa. Desde então, os estudos do sono comprovaram essa ideia e revelam que, durante o sono REM, o cérebro se liberta das amarras da consciência, entrando num fluxo desordenado de pensamentos e sensações. Durante o sono REM, a mente pode fabricar ideias geniais, oferecendo a clareza necessária para solucionar dilemas do dia-a-dia e resultando em descobertas incríveis, incluindo (supostamente) as revelações de Einstein acerca da teoria da relatividade.

Isso nos leva a uma das teorias sobre os sonhos precognitivos. Talvez nosso cérebro, durante a desordem total do estado REM, possa identificar e processar diferentes tipos de "sinais" que não reconhecemos conscientemente, e esses sinais possam nos ajudar a compreender o futuro. Quanto à origem desses sinais, a resposta pode estar no emaranhamento quântico, a ideia de que duas partículas ou tempos distintos podem interagir entre si mesmo estando fisicamente distantes.

Krippner explicou como a física quântica poderia justificar os sonhos precognitivos. “Os eventos quânticos acontecem em uma escala de tempo diferente da qual a maior parte da população do Ocidente conhece", explicou. “Nossa ideia de tempo se divide em passado, presente e futuro. Mas a física quântica traz um conceito diferente de tempo." 

O psicólogo afirma que esse mesmo conceito pode ser encontrado em várias das culturas indígenas estudadas por ele durante sua pesquisa sobre sonhos precognitivos e xamanismo.

“Muitos povos indígenas vêem o tempo como um círculo; ele vai e volta, como numa espiral", disse. “Também temos alguns povos indígenas norte-americanos que acreditam na existência de um ‘corpo extenso’; em outras palavras, um corpo que vai além da pele. O corpo extenso de alguém se projeta e envolve outras pessoas e outras partes da natureza — tudo acontece ao mesmo tempo. Para eles, sonhar com o futuro não é nada surpreendente."

Aparentemente, a ideia do tempo não-linear torna os membros de sociedades indígenas mais receptivos a sonhos precognitivos, e Krippner descobriu que sonhar com o futuro é mais comum e mais valorizado entre os índios do que em culturas eurocêntricas.

McNamara deu outros exemplos que, segundo ele, indicam que há algo de místico em nossos sonhos.

“Vejamos o exemplo de sonhos entre gêmeos", propôs. “Temos casos registrados nos quais um gêmeo sonha que algo acontecerá com o outro, e a coisa em questão acaba acontecendo. Também temos casos registrados de gêmeos que têm sonhos muito parecidos e que sentem que o outro sonhou algo muito parecido e que conseguem concluir o sonho do outro."

“O fato desses sonhos acontecerem entre parentes ou entre pessoas com fortes laços emocionais reforça a teoria de que há um processo biológico ou cognitivo, atualmente desconhecido pela ciência, envolvido nesses casos", acrescentou.

No entanto, também existem teorias muito convincentes que refutam a ideia dos sonhos precognitivos. De acordo com Dr. Robert Todd Carroll, um escritor e acadêmico que estuda a psicologia da fé, a influência subconsciente é responsável pelo que chamamos de sonhos premonitórios.

Vejamos, por exemplo, um dos casos de sonho precognitivo mais famosos da história. Em 1865, o então presidente americano Abraham Lincoln teve um sonho no qual andava pela Casa Branca em meio a gritos e cantos fúnebres. Ele seguia rumo à Sala Oeste, onde via um caixão protegido por soldados e era informado que o presidente havia sido assassinado. Nos dias seguintes, Lincoln contou seu sonho para sua mulher e alguns amigos íntimos; 13 dias depois do sonho, ele foi morto.

"Talvez esses estudos sobre sonhos precognitivos estejam à frente do nosso tempo"

No caso de Lincoln, podemos inferir, com muita clareza, a influência do subconsciente: em primeiro lugar, como o presidente em poder durante a Guerra Civil Americana, sua segurança pessoal era, muito provavelmente, uma preocupação necessária. Além disso, Lincoln havia sido vítima de uma tentativa de assassinato menos de um ano antes.

Carroll também acredita que a probabilidade e o acaso podem explicar os sonhos supostamente premonitórios. “A cada noite, bilhões de sonhos são sonhados, e seria muito estranho se nenhum deles correspondesse, de forma vaga ou precisa, a eventos passados, presentes ou futuros", escreve Carroll.
Sabedoria indígena e explicações psicológicas à parte, a caça a uma explicação científica para os sonhos precognitivos segue em frente. Apesar do nosso interesse pelos sonhos, o estudo deles nunca foi uma prioridade para a ciência moderna. Mas isso está mudando graças ao advento da neuroimagiologia, que permite que cientistas observem o cérebro humano durante um sonho, e também graças a testes padronizados do conteúdo de sonhos. No campo civil, aplicativos que registram sonhos, como oDream:ON, oferecem aos pesquisadores um banco de dados multicultural de sonhos.

Krippner, que já deu a volta ao mundo e conheceu povos indígenas da Ásia, África, América do Norte, América do Sul e Austrália, vê o futuro do estudo dos sonhos precognitivos com otimismo.

“No mundo existem anomalias que não podem ser explicadas por meio do ponto de vista ocidental", ele me disse. “Talvez esses estudos sobre sonhos precognitivos estejam à frente do nosso tempo e tenhamos que esperar 50 ou 100 anos para realmente entendê-los."

Como é de se esperar, ele acredita que as respostas do futuro estão no passado: "Acho que as futuras descobertas sobre sonhos cognitivos estarão de acordo com a ideia de tempo dos povos indígenas."
Escrito por Geraldine Cremin
 http://motherboard.vice.com/pt_br/read/os-cientistas-que-tentam-entender-os-sonhos-premonitorios